HISTÓRIA MATARAZZO

Era 1881, final do século XIX, quando o agricultor italiano
Francesco Antonio Maria Matarazzo emigrou para o Império do Brasil (1822-1889), tornando-se mascate e, posteriormente, empresário. Matarazzo morreu em 1937 na condição de homem mais rico do país, com uma fortuna de 10 bilhões de dólares e tendo criado o maior complexo industrial da América Latina do início do século XX. Tornou- se conhecido no Brasil como Francisco Matarazzo ou conde Matarazzo.
Francisco Matarazzo fazia várias homenagens aos reis da Itália, como o hospital construído na cidade de São Paulo, o Hospital Umberto I, fundado em 1904 e nomeado em homenagem ao rei Umberto I de Itália.

Os arquitetos Luigi Pucci e Giulio Mecheli vieram da Itália e idealizaram um prédio com capacidade para 250 leitos. O edifício em estilo neoclássico ficou mais conhecido como Hospital Matarazzo e era ponto de referência para os milhares de imigrantes italianos, entre eles muitos médicos. Em 1915, o conde Matarazzo encomendou ao arquiteto italiano G.B. Bianchi, também responsável por seu palacete na Avenida Paulista, a construção da Casa de Saúde que leva o seu nome. Esta, assim como a capela (de 1922) e a Casa de Saúde Ermelindo Matarazzo (de 1929), seguem os mesmos princípios florentinos do primeiro prédio.

Sempre em expansão, o hospital ganhou novas alas, porém de arquitetura pouco expressiva. Entre elas a Clínica Pediátrica Amélia de Camilis (em 1935) e o Pavilhão Vitório Emanuele III (em 1937). Por iniciativa de sua mulher, a condessa Filomena Matarazzo, o Conde encomendou a construção da maternidade, que foi batizada com o nome de sua esposa. O edifício tem a arquitetura típica italiana da década de 1930. Com proporções e simetrias neoclássicas, destaca-se a sobriedade, a imponência e a contenção dos detalhes.

O conjunto de prédios foi tombado em 1986 como bem cultural de interesse histórico-arquitetônico. Mas, por falta de doações e dividas, em 1993 ele foi fechado e vendido para a PREVI. Depois de 20 anos abandonado, o hospital transformou-se na Cidade Matarazzo pelas mãos do grupo francês Allard, que como primeira ação de revitalização criou a exposição Made by... Feito por Brasileiros. No futuro, a área compreenderá um complexo cultural, hotel e restaurantes.